Neste sábado, 25 de outubro de 2025, completa meio século o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas instalações do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em São Paulo.
Herzog, então com 38 anos e diretor de jornalismo da TV Cultura, foi convocado a depor sobre supostas ligações com o clandestino Partido Comunista Brasileiro. Ele se apresentou voluntariamente na manhã de 25 de outubro de 1975 e morreu no local. A versão oficial divulgada à época apontou suicídio.
O rabino Henry Sobel, que acompanhou o reconhecimento do corpo, identificou sinais compatíveis com tortura. A revelação reforçou a denúncia de assassinato sob custódia do Estado brasileiro durante o regime militar.
Repercussão imediata
Diante da pressão interna e externa, o então presidente Ernesto Geisel, quarto general a ocupar o Planalto após o golpe de 1964, exonerou o comandante do II Exército, general Ednardo D’Ávila Mello.
No dia 31 de outubro de 1975, uma celebração ecumênica em memória de Herzog reuniu milhares de pessoas na Catedral da Sé, na capital paulista. O ato, liderado pelo arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns, pelo rabino Henry Sobel e pelo pastor protestante James Wright, tornou-se a maior manifestação pública contra a ditadura desde o Ato Institucional nº 5, de 1968.
Imagem: Internet
Símbolo de resistência
O jornalista transformou-se em emblema da luta por direitos humanos no Brasil. Sua viúva, Clarice Herzog, foi citada na canção “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, que menciona “Marias e Clarices” em referência às famílias atingidas pela repressão.
Cinquenta anos depois, entidades civis, organizações de imprensa e grupos de direitos humanos programam homenagens para lembrar a data e reforçar a importância da memória sobre os crimes cometidos durante o regime militar.
Com informações de Jornal da Paraíba



