Brasília – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso do medicamento Mounjaro para o tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS) em adultos com obesidade. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 20 de outubro de 2025.
A autorização baseia-se em estudos clínicos que apontaram redução de até 80% nas interrupções respiratórias durante o sono. Pesquisa divulgada em 2024 no New England Journal of Medicine mostrou que a tirzepatida, princípio ativo do fármaco, diminuiu significativamente a frequência dos episódios de apneia, elevando a qualidade de vida dos participantes.
Em alguns casos, os voluntários deixaram de utilizar a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP), terapia padrão que mantém as vias aéreas abertas durante o repouso. Segundo o professor Atul Malhotra, da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia e autor principal do estudo, metade dos adultos que receberam a medicação deixou de apresentar sintomas do distúrbio.
Primeira terapia medicamentosa para AOS no país
A fabricante Eli Lilly informou que o Mounjaro é o primeiro remédio aprovado no Brasil especificamente para apneia do sono. O produto já possuía registro para o controle do diabetes tipo 2 e havia sido adotado, em alguns casos, para redução de peso.
Para Luiz André Magno, diretor médico sênior da Lilly, a liberação representa “um marco transformador” diante de uma condição frequentemente subdiagnosticada e com alternativas terapêuticas restritas.
Imagem: Reprodução
Sobre a apneia do sono
A apneia obstrutiva do sono caracteriza-se por bloqueios totais ou parciais das vias aéreas superiores, provocando ronco, despertares frequentes e sonolência diurna. Além de afetar o descanso, o problema reduz a oxigenação sanguínea e eleva o risco de complicações cardiovasculares.
Com a decisão da Anvisa, o Mounjaro passa a integrar o rol de tratamentos disponíveis para a AOS, oferecendo nova opção aos pacientes que não toleram ou não respondem adequadamente às terapias convencionais.
Com informações de Diário do Sertão
