Brasília, 15 nov. – O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, anunciou nesta quarta-feira (15) que a estatal discute a contratação de empréstimos de aproximadamente R$ 20 bilhões junto a bancos públicos e privados, com aval do Tesouro Nacional.
Segundo Rondon, o financiamento pretende cobrir necessidades de caixa em 2025 e 2026, permitindo que a empresa volte a registrar lucro a partir de 2027. Os termos ainda estão em negociação e deverão ser submetidos ao conselho de administração, que deve deliberar sobre o tema até 24 de novembro.
A garantia da União reduz o risco para as instituições financeiras, favorecendo juros menores e condições mais vantajosas. Caso a estatal não honre a dívida, o governo federal assume o pagamento.
Plano de reestruturação
Durante coletiva, a direção apresentou um programa para recuperar a saúde financeira da empresa, baseado em três frentes: corte de despesas, diversificação de receitas e fortalecimento do caixa. Entre as medidas anunciadas estão:
- novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) para áreas com desempenho abaixo do esperado;
- renegociação de contratos com grandes fornecedores;
- venda de imóveis considerados ociosos.
O valor estimado de economia não foi divulgado. Rondon afirmou apenas que a combinação de redução de gastos e aumento de receitas busca garantir “operação sustentável” no médio prazo.
Prejuízo em alta
No primeiro semestre deste ano, os Correios registraram prejuízo de R$ 4,3 bilhões, mais que o triplo do resultado negativo de R$ 1,3 bilhão apurado em igual período de 2023. A queda de receita e a elevação de despesas motivaram críticas sobre a velocidade dos ajustes adotados nos últimos anos.
Imagem: Marcelo Camargo
Entre as ações recentes estão a venda de ativos imobiliários — como um prédio em Salvador, ofertado a partir de R$ 109 milhões —, um marketplace lançado em parceria com a Infracommerce, com mais de 500 mil itens, e um plano para economizar R$ 1,5 bilhão em 2025.
Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trocou o comando da estatal: o advogado Fabiano Silva deu lugar ao economista Emmanoel Rondon, servidor de carreira do Banco do Brasil.
O processo de obtenção do crédito agora aguarda a análise do conselho de administração, ponto de partida para a formalização das operações junto às instituições financeiras.
Com informações de ClickPB



