Bonito de Santa Fé (PB) – O prefeito Ceninha Lucena (Podemos) declarou, nesta sexta-feira (17/10/2025), que a tradicional Festa da Cidade, prevista para 15 de novembro, pode ocorrer sem atrações musicais contratadas. A medida, segundo ele, é consequência da pressão financeira provocada por precatórios acumulados de gestões anteriores.

Pressão orçamentária

O município paga mensalmente parcelas referentes a várias ações judiciais. Entre elas está um precatório do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais Bonitense (IPASB), originado em 2003: o débito, que começou em R$ 400 mil, já soma R$ 3,8 milhões, além de R$ 91 mil quitados todo mês. Há ainda uma dívida com a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) de R$ 1,7 milhão.

Além das obrigações judiciais, a prefeitura aguarda emendas parlamentares já empenhadas e recebeu apenas uma pequena parcela das chamadas “emendas Pix” destinadas ao custeio da saúde. A pasta consome cerca de R$ 600 mil mensais do orçamento local.

Festa menor ou sem shows

Tradicionalmente, Bonito de Santa Fé comemora sua emancipação política — que completa 87 anos neste 15 de novembro — com shows de bandas e inaugurações de obras. Desta vez, Ceninha Lucena afirmou que não pretende “sacrificar o município para dar uma festa” e estuda realizar apenas eventos de menor custo, voltados à cultura local.

“Eu jamais vou comprometer a folha dos servidores ou os serviços de saúde e educação por uma coisa momentânea”, disse o prefeito durante entrevista ao programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão.

Busca de alívio na PEC dos Precatórios

Para tentar reduzir a pressão sobre as contas públicas, o gestor esteve em Brasília apoiando a Proposta de Emenda à Constituição 66/2023, conhecida como PEC dos Precatórios. O texto retira essas dívidas do limite de despesas primárias da União a partir de 2026, permite parcelamentos mais longos para Estados e municípios e refinancia débitos previdenciários.

O prefeito ressaltou que, sem novas fontes de recursos, a prioridade seguirá sendo manter serviços essenciais e o pagamento em dia dos funcionários, ainda que isso implique a suspensão de grandes festividades.

Com informações de Diário do Sertão