Brasília (DF), 26/10/2023, Prédio do Banco Central em Brasília. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Pela primeira vez em 2025, o mercado financeiro passou a estimar que a inflação oficial deve encerrar o ano dentro do intervalo de tolerância definido pelo Banco Central (BC). O dado aparece no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 17 de novembro, documento que compila projeções de instituições financeiras e consultorias econômicas.

Segundo o relatório, os analistas consultados acreditam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve acumular alta de 4,46% em 2025. O porcentual se mantém abaixo do teto de 4,5% determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o período, configurando a primeira estimativa dentro da meta desde o início do ano.

A mudança no cenário de expectativas vem após sucessivas revisões que, até então, mantinham o IPCA acima do limite estipulado. Ao longo dos meses anteriores, as previsões divulgadas semanalmente no Focus indicavam risco de descumprimento do objetivo, o que exigiria justificativas formais do BC ao governo federal e poderia reforçar a necessidade de manter a política monetária em patamar restritivo.

Embora o boletim não apresente comentários dos participantes sobre os motivos da revisão, o posicionamento das estimativas sugere percepção de arrefecimento das pressões de custo e maior confiança na trajetória de desinflação. Como a meta é considerada um dos principais balizadores das decisões sobre a taxa básica de juros, a projeção dentro do limite pode reduzir a incerteza em torno dos próximos passos de política monetária.

O Boletim Focus é divulgado todas as segundas-feiras pelo Banco Central e reúne a mediana das previsões de cerca de uma centena de bancos, gestoras e consultorias. Além da inflação, o documento apresenta estimativas para indicadores como Produto Interno Bruto (PIB), câmbio e Selic. Nesta edição, porém, o destaque recaiu sobre a revisão do IPCA, já que a taxa projetada migrou para patamar compatível com o alvo definido pelo CMN.

Com a nova projeção, o mercado passa a trabalhar com a hipótese de que o BC cumpra a meta inflacionária em 2025 sem necessidade de medidas adicionais de aperto. Ainda assim, a autoridade monetária costuma enfatizar que acompanhamentos frequentes dos indicadores são essenciais para calibrar a estratégia e garantir convergência sustentável dos preços.

Com informações de Paraibaonline