Rio de Janeiro – Gilberto Gil, seus familiares e herdeiros de Preta Gil ingressaram com ação por danos morais contra o padre Danilo César, da Paróquia São José, em Areial (PB), solicitando indenização de R$ 370 mil. O processo foi protocolado no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

Acusações no processo

De acordo com a petição inicial, os advogados do ex-ministro da Cultura sustentam que as declarações do religioso configuram intolerância religiosa, racismo religioso, injúria e ultraje religioso. Os autores afirmam que a conduta do padre é de “alta reprovabilidade” e alegam que houve chancela da Diocese de Campina Grande, à qual a paróquia é vinculada.

O valor pleiteado seria dividido entre Gilberto Gil, o neto do cantor Francisco Gil, a produtora Flora Gil e outros irmãos de Preta Gil.

Tentativa de acordo prévio

Antes de recorrer ao Judiciário, a defesa da família informou ter oferecido a Danilo César uma chance de retratação extrajudicial, que não foi aceita. Em depoimento à Polícia Civil, o sacerdote confirmou o conteúdo das falas, argumentando que “estava professando a própria fé”.

Repercussão nas redes

Segundo a ação, a homilia transmitida pelo YouTube da Paróquia de Areial gerou uma “onda” de comentários intolerantes depois de ser compartilhada em portais de notícias e redes sociais. Mensagens elogiavam o posicionamento do padre e reiteravam que “Jesus seria o único salvador”.

Posicionamento da Diocese

Procurada, a Diocese de Campina Grande informou que ainda não foi formalmente notificada e declarou que o setor jurídico “está resolvendo” a situação.

Investigações na Paraíba

Paralelamente ao processo cível, três inquéritos apuram a conduta de Danilo César na Polícia Civil da Paraíba. O delegado Danilo Orengo, responsável pela investigação, prevê concluir as diligências até a próxima semana. O sacerdote, de 31 anos, nega intenção de desrespeitar outras crenças e diz estar apenas expressando a fé católica.

Gilberto Gil e família pedem R$ 370 mil de indenização a padre acusado de intolerância religiosa - Imagem do artigo original

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Declarações que motivaram a ação

Durante a missa de 27 de julho, o padre questionou publicamente a fé de Gilberto Gil e zombou de religiões de matriz afro, ao comentar a morte de Preta Gil, vítima de câncer colorretal. “Cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil?”, disse, completando que desejava “que o diabo levasse” quem recorresse a práticas religiosas afro-indígenas.

O vídeo da cerimônia foi retirado do canal da paróquia após a repercussão negativa, mas cópias circulam nas redes.

O TJRJ analisará agora a procedência dos pedidos de indenização apresentados pela família Gil.

Com informações de Jornal da Paraíba