O desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), determinou nesta sexta-feira (24) a suspensão do júri popular do vereador Wagner de Bebé, de Santa Rita, réu por tentativa de homicídio contra o jovem Eziel Felipe de Araújo em 2016.
A medida atende a pedido do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que relatou ameaças e coações a testemunhas, aos pais da vítima e a moradores do bairro de Bebelândia, onde o crime ocorreu. O júri estava marcado para 12 de novembro, na 1ª Vara Mista da Comarca de Santa Rita, mas ficará suspenso até que outro local seja definido; até lá, o processo permanecerá paralisado.
Pressão sobre testemunhas
No despacho, o magistrado apontou indícios de que o vereador, atualmente no exercício do mandato, teria usado sua influência política para intimidar pessoas envolvidas no caso. Segundo o tribunal, o temor gerado na cidade poderia comprometer a imparcialidade do julgamento.
De acordo com o documento, as supostas ameaças se intensificaram ao longo dos anos, levando Eziel Felipe e seus pais a deixarem a residência. Embora não haja menção direta a intimidação de jurados, o magistrado citou uma “atmosfera de pânico social” relatada por moradores.
O pedido do MPPB para impor medidas protetivas à vítima e familiares foi negado. O desembargador entendeu que a decisão sobre esse tipo de proteção cabe ao juízo de primeiro grau.
Réu segue preso por outro homicídio
Wagner de Bebé permanece detido preventivamente por suspeita de participação no homicídio de Luis Felipe, ocorrido em 13 de outubro. Ele também é investigado por uma tentativa de homicídio registrada no dia anterior.
Imagem: Internet
Na operação que resultou em sua prisão, a Polícia Civil apreendeu duas armas de fogo dentro do carro do parlamentar; os armamentos passarão por perícia para verificar se foram utilizados no crime. O vereador passou por duas audiências de custódia: em uma, a prisão temporária foi convertida em preventiva; na outra, foi mantida. Ele está recolhido no Presídio Especial Valentina de Figueiredo, em João Pessoa.
Posicionamento da defesa
Em nota, os advogados de Wagner de Bebé classificaram os fundamentos da decisão como “improcedentes” e “sem lastro probatório consistente”. A defesa afirmou estar preparada para comprovar a inocência do vereador no julgamento.
Com informações de Jornal da Paraíba



