O Ministério Público da Paraíba (MPPB) instaurou, na sexta-feira (10), um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades eleitorais e criminais atribuídas ao prefeito de Caaporã, Francisco “Chico” Nazário (União). Ele é suspeito de ter recebido cerca de R$ 400 mil em espécie, às vésperas da campanha de 2024, configurando, segundo a Promotoria, captação e gasto ilícito de recursos (caixa dois), corrupção passiva, fraude à licitação e peculato.
Também são alvo da investigação o vice-prefeito Carlos Monteiro e o atual secretário de Articulação Política, Sandro Trajano de Freitas. A promotora Érika Bueno Muzzi abriu o procedimento após a veiculação, em 16 de setembro de 2025, de um vídeo que mostraria o prefeito recebendo a quantia em uma bolsa.
De acordo com o MPPB, o dinheiro teria sido destinado ao financiamento irregular da chapa Nazário-Monteiro. Em contrapartida, Sandro Trajano — na condição de consultor financeiro da campanha — teria indicado a empresa HAC Serviços Ambientais LTDA ME para ser contratada pela Prefeitura para executar a coleta de lixo.
Depois de assumir o cargo, o prefeito rescindiu o contrato anterior de limpeza urbana e, por dispensa de licitação, firmou novo acordo de R$ 3,2 milhões com a HAC, apontada como a empresa sugerida por Trajano, hoje integrante do secretariado municipal.
Medidas determinadas
A promotora pediu:
Imagem: Internet
- cópia integral dos processos de contratação da HAC junto à Prefeitura;
- notificação da empresa, do prefeito, do vice-prefeito e de Sandro Trajano para apresentar informações em até 10 dias;
- compartilhamento de provas com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) e com a Coordenação de Combate à Corrupção e à Improbidade Administrativa (CCRIMP).
Em nota divulgada em setembro, Chico Nazário classificou o vídeo como “fake news” e disse que a gravação foi “editada de maneira oportunista”. O prefeito afirmou ainda que o secretário Sandro Trajano foi exonerado para dedicar-se à própria defesa e garantiu que a licitação do recolhimento de resíduos sólidos seguiu a legislação vigente.
O Ministério Público informou que a Notícia de Fato tem prazo inicial de 30 dias, prorrogável por mais 90. Ao fim desse período, a promotora decidirá se mantém ou arquiva o inquérito civil.
Com informações de MaisPB



