Alunos da Escola Municipal Maria Augusta Lucena Brito, situada na zona rural de Campina Grande, transformaram a tradicional literatura de cordel em aliado para promover hábitos alimentares mais equilibrados. A iniciativa nasceu em uma aula de Língua Portuguesa da professora Mirelly Azevedo, que propôs à turma a criação de folhetos rimados sobre os benefícios de uma dieta nutritiva e os riscos do consumo excessivo de ultraprocessados.

Os trabalhos, produzidos ao longo do semestre, ultrapassaram os muros da escola e foram apresentados na Praça da Bandeira, no centro da cidade, permitindo que a população conhecesse as mensagens elaboradas pelos estudantes.

Histórias em versos

Entre os cordéis, destaca-se o de Rayssa Maria. Na narrativa, uma menina que insere salsicha em todas as refeições passa a enfrentar problemas de saúde, até perceber que precisa reduzir o alimento no cardápio. A estudante explica que a intenção é mostrar que o consumo pode ocorrer, desde que moderado.

Outra produção, assinada por Samya Sthefanne, coloca alimentos saudáveis e não saudáveis em um “debate” fictício, no qual cada personagem defende por que deveria estar presente na mesa. Segundo a autora, a ideia foi traduzir de forma lúdica a disputa diária entre escolhas benéficas e opções menos recomendadas.

Da teoria ao cultivo

A professora Mirelly distribuiu sementes de hortaliças para que os alunos experimentassem o plantio em casa. Ketllylen Oliveira levou mudas de coentro, preparou o solo e acompanhou o crescimento por algumas semanas. “Foi especial ver a planta nascer e saber que posso temperar a comida com algo que cultivei”, contou.

Reconhecimento público

Na exposição, os folhetos foram entregues gratuitamente aos transeuntes. A estudante Sofia de Araújo relatou que muitas pessoas se interessaram pelos versos e elogiaram a criatividade da turma. O diretor da escola, Sandri Santana, ressaltou que o projeto valoriza a leitura e a cultura popular nordestina, além de incentivar uma alimentação mais consciente.

Para a professora responsável, resultados como esse reforçam a importância de métodos pedagógicos que aproximem conteúdos curriculares da realidade dos alunos. “Quando o aprendizado faz sentido, eles se dedicam mais”, avaliou.

Com o sucesso da primeira mostra, a comunidade escolar estuda repetir a atividade em outras datas, ampliando o alcance do material e estimulando novas turmas a criar seus próprios cordéis sobre temas ligados à saúde.

Com informações de Jornaldaparaiba