Uma turma da Escola Municipal da zona rural de Campina Grande, no Agreste paraibano, transformou a literatura de cordel em aliada para discutir hábitos alimentares. A proposta, conduzida pela professora de Português Mirelly Azevedo, resultou na produção de sete folhetos escritos pelos próprios estudantes, todos focados na importância de consumir alimentos nutritivos e reduzir produtos ultraprocessados.

Segundo Mirelly, a iniciativa nasceu de uma inspiração familiar. “Meu pai era poeta cordelista e, por isso, quis aproximar meus alunos desse universo literário”, relatou. A docente lançou o desafio de criar narrativas rimadas que abordassem tanto os benefícios de frutas, verduras e hortaliças quanto os impactos de itens ricos em sódio e gorduras.

Debates em versos

Em sala de aula, a aluna Samya Sthefanne descreveu um confronto fictício entre personagens que representavam comidas saudáveis e não saudáveis. Nos versos, cada lado defendia seus motivos para ocupar espaço no prato das pessoas. Já a estudante Rayssa Maria construiu a história de uma menina que exagerava no consumo de salsicha e passou a enfrentar problemas de saúde, até perceber a necessidade de equilibrar a dieta.

Participação da comunidade escolar

O diretor da unidade, Sandri Santana, destacou a empolgação dos alunos ao mergulharem no cordel. “Valorizamos muito a leitura e nossa cultura popular. Ver o interesse deles é gratificante”, afirmou.

Do papel para a prática

Para aproximar teoria e cotidiano, Mirelly presenteou a turma com sementes de temperos e hortaliças. A proposta era estimular o cultivo doméstico. “Levei uma semente de coentro para casa, adubei e plantei. Demorou algumas semanas, mas gostei de acompanhar o crescimento”, contou a aluna Ketllylen Oliveira.

Exposição pública

Os folhetos produzidos foram expostos na Praça da Bandeira, no Centro de Campina Grande. Durante a apresentação, os estudantes distribuíram exemplares aos visitantes. “Foi inesquecível ver as pessoas lendo e elogiando nosso trabalho”, relatou Sofia de Araújo, integrante da turma.

Encorajada pelo resultado, a professora Mirelly Azevedo pretende desenvolver novas atividades que combinem leitura, escrita e temas do cotidiano. “Quando vejo esses resultados, fico orgulhosa e motivada a tornar a aprendizagem cada vez mais prazerosa”, concluiu.

Com informações de G1