BRASÍLIA — A terça-feira, 16 de dezembro de 2025, começa com duas pautas principais reverberando em Brasília e em São Paulo. De um lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador paulista Tarcísio de Freitas e o prefeito da capital, Ricardo Nunes, trocam acusações sobre a prolongada falta de energia elétrica atendida pela concessionária Enel. De outro, o ministro Alexandre de Moraes aciona o governo federal para que seja iniciado o processo de extradição de Ramagem, assunto que acrescenta tensão ao cenário político.
Embate político em torno da falta de luz
O apagão que deixou milhões de moradores da Região Metropolitana de São Paulo sem fornecimento de energia fornece farto combustível político a pouco mais de um ano das eleições gerais de 2026. O Planalto, o Palácio dos Bandeirantes e a Prefeitura paulistana buscam, simultaneamente, blindar-se do desgaste popular e, quando possível, direcionar responsabilidades aos adversários.
Lula aponta falhas da concessionária para defender maior controle estatal sobre serviços essenciais, insinuando que a gestão privada deixou a população desassistida. Tarcísio reage, afirmando que o governo federal demorou a oferecer apoio e tentando preservar sua própria imagem diante do eleitorado paulista. Já Ricardo Nunes, que pretende concorrer à reeleição municipal em 2024, insiste em cobrar a Enel, enquanto nega ter se omitido durante a crise.
A disputa inclui notas oficiais, entrevistas e postagens em redes sociais, todas com o propósito de reduzir o próprio desgaste e, ao mesmo tempo, desgastar o adversário. Cada ator político projeta a crise como peça estratégica na construção de narrativas que deverão repercutir até 2026.
Pedido de extradição de Ramagem
Paralelamente à crise do setor elétrico, o ministro Alexandre de Moraes encaminhou ao Executivo solicitação para que a União inicie o procedimento de extradição de Ramagem. O movimento reforça a tensão entre Judiciário e setores investigados, além de sinalizar que investigações em curso podem avançar sobre novos territórios nos próximos meses.
A tramitação do pedido caberá agora aos órgãos responsáveis pela cooperação internacional. Moraes resolveu acionar formalmente o governo após avaliar documentos que, segundo o gabinete do ministro, justificam a adoção da medida.
Com dois temas de forte impacto — a interrupção prolongada de energia no principal polo econômico do país e a perspectiva de trazer Ramagem de volta ao território nacional —, autoridades federais, estaduais e municipais iniciam a semana pressionadas por cobranças públicas e pela necessidade de exibir respostas rápidas. As discussões tendem a dominar o noticiário até que a energia seja restabelecida integralmente e que o processo de extradição avance nas instâncias diplomáticas.
Com informações de Paraibaonline



