Com a proximidade das festas de dezembro, nem todo mundo se sente à vontade para celebrar. Muitas pessoas relatam um misto de angústia, ansiedade e nostalgia que costuma aparecer justamente quando o calendário se aproxima do encerramento de mais um ciclo. Esse conjunto de emoções recebeu o nome popular de “dezembrite”, tema abordado pela psicóloga Isabelle Gomes, pós-graduada em terapia cognitivo-comportamental, em entrevista ao Jornal da Paraíba.
O que é a dezembrite
Segundo a especialista, o termo descreve a tendência de a mente fazer, de forma involuntária, um balanço do ano que termina. Datas comemorativas, confraternizações e questionamentos sobre metas atingidas funcionam como gatilhos para que recordações e avaliações pessoais venham à tona. O resultado pode ser um estado emocional marcado por tristeza, apreensão e sensação de peso emocional.
Sintomas mais comuns
Isabelle Gomes elenca sinais que podem indicar a presença da dezembrite. Entre eles estão:
- exaustão emocional ou sensação de saturação;
- aumento da irritabilidade e da impaciência;
- cansaço físico acentuado;
- ansiedade para concluir pendências;
- melancolia, nostalgia e comparações com a vida de outras pessoas;
- sentimento de fracasso ou insuficiência.
A psicóloga lembra que a conclusão de um ciclo costuma potencializar questões de insatisfação já existentes ao longo do ano.
Estratégias para atravessar o período
Para lidar melhor com o desconforto, a profissional recomenda adotar uma perspectiva mais equilibrada sobre o que foi realizado nos últimos meses. “Geralmente focamos apenas no que ficou faltando”, observa. Ela reforça que dezembro é apenas mais um mês e que não existe obrigação de entregar um “balanço perfeito” antes do réveillon.
Entre as sugestões práticas estão manter a alimentação adequada, preservar momentos de descanso, realizar atividades de lazer e praticar exercícios físicos. Anotar aprendizados e metas alcançadas também pode ajudar a relativizar cobranças internas.
Quando buscar ajuda profissional
A orientação é procurar um psicólogo ou outro profissional de saúde mental se os sintomas comprometerem a rotina. Mudanças drásticas de humor, alteração no sono, dificuldade de concentração, crises de ansiedade, uso abusivo de álcool ou pensamentos de desesperança são sinais de alerta destacados pela especialista. Nessas situações, Isabelle Gomes recomenda não adiar nem sentir vergonha de pedir auxílio.
Apesar de não constar nos manuais de diagnóstico, a dezembrite ganhou força como expressão popular para explicar sentimentos que, embora comuns, merecem atenção quando se tornam persistentes ou incapacitantes.
Com informações de Jornaldaparaiba



