A Associação dos Professores da Universidade Estadual da Paraíba (Aduepb) divulgou nota pública para explicar os motivos que levaram ao encerramento da greve dos docentes da UEPB, iniciado em 22 de setembro e finalizado em 5 de dezembro deste ano. O comunicado responde a uma carta aberta publicada em 9 de dezembro por um grupo de professores que contestou o processo de votação que decidiu pelo retorno às atividades.

No texto, a diretoria do sindicato afirma que a assembleia que definiu o fim da paralisação foi convocada em caráter excepcional porque o Governo do Estado apresentou, em 2 de dezembro, uma nova proposta durante reunião da mesa tripartite de negociações, composta por representantes do governo, da Reitoria e da categoria. O encontro do comando de greve aprovou, por 15 votos a 5, a antecipação da assembleia em menos de 48 horas — prazo inferior ao previsto no regimento interno da entidade — seguindo orientação do Andes-SN para “momentos excepcionais”.

Segundo a Aduepb, a votação que decidiu sobre a proposta do governo contou com ampla participação dos docentes. Mais de 60% dos presentes apoiaram a aceitação do acordo que prevê pagamento do retroativo de progressões com deságio de 40% em 20 parcelas. Na sequência, 63% votaram pelo encerramento da greve.

A diretoria salienta que, embora tenha se posicionado contra qualquer deságio nos valores devidos, submeteu a decisão à assembleia, “instância máxima de deliberação”. O sindicato reforça que a adesão ao acordo não é compulsória: cada professor poderá aceitar as condições apresentadas ou recorrer à Justiça para reivindicar o montante integral.

O documento publicado nesta quinta-feira (11) destaca ainda o que a diretoria considera avanços obtidos durante o movimento paredista. Entre eles, a instalação de uma mesa tripartite permanente para discutir revisão da lei de autonomia, recomposição orçamentária, realização de concurso público e atualização do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos docentes.

Ao rebater a acusação de falta de transparência, a Aduepb afirma que todas as etapas do processo foram conduzidas publicamente e defende o respeito às decisões tomadas coletivamente. Para a entidade, prolongar a paralisação “já gerava prejuízos à comunidade acadêmica” e beneficiaria apenas “interesses pouco democráticos” dentro da universidade.

A nota é assinada pela Diretoria Executiva da Aduepb para o biênio 2025-2027 e conclui reiterando compromisso com a democracia sindical e a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.

Com informações de Jornaldaparaiba