O economista e consultor Emanuel Malta apresentou um conjunto de seis prioridades consideradas urgentes para o fortalecimento de cooperativas e microempresas na Paraíba. As recomendações resultam de uma viagem de oito dias realizada em novembro, período em que o especialista visitou João Pessoa, Campina Grande, Itabaiana, Alhandra e Santa Rita para ouvir cooperados, dirigentes, empreendedores e gestores públicos.

1. Incentivar a cultura da cooperação

Para Malta, a intercooperação ainda é limitada no estado. Ele defende a união de iniciativas para ganho de escala, redução de custos operacionais e maior valor agregado a produtos e serviços.

2. Formar lideranças preparadas

O consultor destaca que, em estruturas cooperativistas, a gestão democrática exige líderes capazes de conciliar governança, participação e eficiência, indo além do conhecimento técnico.

3. Reduzir dependência do poder público

Segundo o levantamento, muitos empreendimentos iniciam atividades atrelados a programas governamentais e permanecem vulneráveis sem planejamento de negócios e autonomia financeira. Malta sugere a diversificação de fontes de financiamento e o domínio de técnicas de planejamento.

4. Aprimorar a gestão de processos

O especialista identifica potencial de ganho operacional, principalmente em cooperativas de produção, serviços e reciclagem. Para ele, produtividade e competitividade dependem de métodos de gestão testados, monitoramento contínuo e tecnologias acessíveis.

5. Basear decisões em evidências

Malta ressalta que a gestão por “achismo” perdeu lugar para dados, indicadores e análises. O economista observa que profissionais locais já desenvolvem soluções digitais capazes de fornecer diagnósticos em tempo real, úteis desde a definição de público-alvo até estratégias de mercado.

6. Incorporar sustentabilidade ao dia a dia

A última prioridade envolve inserir práticas sustentáveis no cotidiano das organizações. O consultor cita cooperativas de reciclagem paraibanas como exemplos de compromisso ambiental e alerta para a necessidade de comportamento coerente com o discurso sobre meio ambiente.

Embora as recomendações tenham surgido a partir do cenário paraibano, Malta afirma que o roteiro pode ser aplicado em outras regiões brasileiras. Ele vê o debate permanente e a troca de experiências como caminhos para tornar o ecossistema cooperativista mais eficiente e sustentável em todo o país.

Com informações de Jornaldaparaiba