Os Estados Unidos são a principal origem do investimento direto estrangeiro no Brasil, segundo o Censo de Capitais Estrangeiros divulgado nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central, em Brasília.
O levantamento aponta que, em 2024, o estoque de investimento estrangeiro direto no país alcançou US$ 1,141 trilhão, valor equivalente a 46,6% do Produto Interno Bruto (PIB) — o maior percentual já registrado pela autoridade monetária.
Composição do investimento
Desse total, US$ 884,8 bilhões correspondem à participação no capital social de cerca de 19 mil empresas instaladas no Brasil, enquanto US$ 256,4 bilhões referem-se a operações entre companhias do mesmo grupo, como empréstimos internos.
Origem imediata dos recursos
Considerando o país do investidor imediato, isto é, de onde o dinheiro partiu, o ranking é liderado pelos Estados Unidos, com US$ 244,7 bilhões (28% do total). Na sequência aparecem:
• Países Baixos: US$ 145,5 bilhões (16%)
• Luxemburgo: US$ 79,2 bilhões (9%)
• França: US$ 63,3 bilhões (7%)
• Espanha: US$ 61,0 bilhões (7%)
• Reino Unido: US$ 31,0 bilhões (4%)
• Japão: US$ 27,8 bilhões (3%)
• Alemanha: US$ 21,9 bilhões (2%)
• Canadá: US$ 21,1 bilhões (2%)
• Ilhas Cayman: US$ 20,7 bilhões (2%)
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explicou que a lista reflete o domicílio da empresa que detém participação direta na companhia brasileira. Muitas multinacionais, segundo ele, concentram suas estruturas em jurisdições com tributação reduzida, o que explica a presença de Luxemburgo e Ilhas Cayman entre os maiores investidores.
País controlador final
Quando é considerado o país que realmente controla o capital — desconsiderando subsidiárias e paraísos fiscais —, o quadro muda:
• Estados Unidos: US$ 232,8 bilhões (26%)
• França: US$ 69,3 bilhões (8%)
• Uruguai: US$ 58,4 bilhões (7%)
• Espanha: US$ 50,0 bilhões (6%)
• Países Baixos: US$ 48,6 bilhões (5%)
Imagem: Internet
Setores que mais atraem recursos
Os serviços somam 59% do investimento estrangeiro direto no Brasil, à frente da indústria (29%) e da agropecuária mais extrativismo mineral (12%). Dentro desses segmentos, destacam-se:
• Serviços financeiros e atividades auxiliares: 22%
• Extração de petróleo e gás natural: 8%
• Comércio, exceto veículos: 7%
• Eletricidade, gás e outras utilidades: 5%
• Produtos químicos: 4%
• Veículos automotores, reboques e carrocerias: 4%
Quando os Estados Unidos figuram como controlador final, 25% dos recursos seguem para a indústria de transformação, enquanto 22% destinam-se a atividades financeiras, de seguros e serviços correlatos.
O Banco Central realiza o censo a cada dois anos para mapear a presença de capital estrangeiro no país e balizar a formulação de políticas econômicas.
Com informações de Agência Brasil



