JOÃO PESSOA (PB) – O ex-secretário de Transportes e Mobilidade de Jacaraú, Jeferson Carvalho da Silva, confessou ter participado do assassinato do vereador Peron Filho, ocorrido em 15 de setembro de 2025. A confirmação foi divulgada nesta terça-feira (16) pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB).

A defesa de Jeferson não foi localizada até a última atualização desta reportagem. Ele e o ex-secretário de Administração, Antônio Fernandes, estão presos temporariamente desde 30 de outubro. A Justiça acatou pedido da Polícia Civil e prorrogou a detenção dos dois. Ambos foram exonerados pela prefeitura no mesmo dia em que foram detidos.

Contratação de executores

De acordo com as investigações, outros dois homens também foram presos suspeitos de serem contratados para executar o vereador. O crime ocorreu quando Peron Filho retornava de motocicleta para Jacaraú, após participar de uma partida de futebol em um distrito da cidade. Ele foi atingido por três disparos nas costas na entrada do município vizinho de Pedro Régis e morreu no local.

O MPPB informou que ainda analisa materiais apreendidos para verificar o possível envolvimento de mais pessoas. Entre os itens examinados estão celulares e documentos recolhidos durante buscas.

Prefeito na linha de investigação

O prefeito de Jacaraú, Márcio Aurélio Cruz, também passou a ser formalmente investigado. Segundo o delegado Sylvio Rabelo, responsável pelo inquérito, uma denúncia anônima indicou que o gestor municipal se reuniu com os dois ex-secretários presos cerca de 25 dias após o homicídio, encontro considerado suspeito porque não teria relação com assuntos administrativos.

Os autos do inquérito já foram remetidos ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), que conduz apurações paralelas em conjunto com o Ministério Público.

Relembre o caso

Peron Mateus de Lima, conhecido como Peron Filho, tinha 36 anos e era filiado ao MDB. Ele foi reeleito vereador em 2024 com 702 votos, o terceiro mais votado do município. Atuava na causa animal e ajudou a fundar a ONG Zona dos Pets, dedicada ao cuidado e à adoção de animais abandonados.

Logo após o crime, a Polícia Civil descartou latrocínio (roubo seguido de morte) como motivação. Câmeras de segurança foram analisadas e várias testemunhas, inclusive familiares e colegas de Câmara, prestaram depoimento.

O velório ocorreu em 17 de setembro, no ginásio municipal de Jacaraú, reunindo familiares, amigos e moradores. Em cortejo, o corpo foi sepultado no cemitério local. O vereador era divorciado, não tinha filhos e completaria 37 anos em 19 de setembro.

As investigações prosseguem para identificar todas as circunstâncias e possíveis mandantes do homicídio.

Com informações de G1