O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou neste domingo, 7, que pode abandonar a pré-candidatura ao Palácio do Planalto caso algum postulante de direita se comprometa publicamente a defender anistia ou indulto para o ex-presidente Jair Bolsonaro. A condição, apresentada durante conversa informal com jornalistas após o primeiro compromisso público como pré-candidato, reforçou a leitura de que a movimentação do parlamentar tem como objetivo central preservar o espaço político da família.
“Há possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço para isso. Eu vou negociar”, afirmou o senador, sem detalhar quais nomes estariam dispostos a assumir o compromisso. Questionado se a exigência envolveria a tramitação de um projeto de anistia no Congresso Nacional, Flávio respondeu que o tema “está quente” e prometeu divulgar mais detalhes nesta segunda-feira, 8.
A sinalização corrobora avaliações de bastidores segundo as quais a pré-candidatura foi concebida como instrumento de pressão sobre o Legislativo, principalmente sobre lideranças do Centrão, que demonstram resistência ao nome do parlamentar. Dirigentes do bloco interpretam o movimento como iniciativa incentivada pelo próprio Jair Bolsonaro, interessado em recuperar direitos políticos e aliviar a situação penal.
Nos mercados financeiros, a mera divulgação da pré-candidatura provocou reação negativa: o principal índice da bolsa recuou e o dólar subiu diante da percepção de maior risco de instabilidade política. Flávio classificou a resposta dos investidores como “natural” e “precipitada”, mas não apresentou sinais concretos de como pretende garantir previsibilidade caso persista na disputa.
Entre aliados de direita, a recepção também foi fria. Dirigentes e mandatários que projetam uma alternativa eleitoral considerada mais competitiva para 2026 avaliam que o senador usa a candidatura como “moeda de troca” para forçar a aprovação de uma anistia. A estratégia é vista como nova etapa da pressão exercida desde que Jair Bolsonaro passou a enfrentar processos que podem torná-lo inelegível por tempo prolongado.
Flávio Bolsonaro, que ganhou notoriedade nacional pelo caso das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio, reafirmou que negocia a permanência ou não na corrida presidencial. Ele não estabeleceu prazo para a decisão definitiva, mas indicou que as conversas se intensificarão nas próximas semanas, colocando a eventual anistia do pai no centro das articulações.
Com informações de Polemicaparaiba



