O Ministério das Cidades estima chegar a 3 milhões de moradias contratadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) até o fim de 2026. A projeção foi apresentada nesta segunda-feira (8) pelo titular da pasta, Jader Filho, durante café da manhã com jornalistas em Brasília.

Segundo o ministro, o programa deve encerrar 2025 com aproximadamente 2 milhões de unidades contratadas desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para alcançar a meta, a expectativa é formalizar mais 1 milhão de novos financiamentos no próximo ano, amparados por “cenário de disponibilidade financeira” e pelo atual aquecimento do setor da construção civil.

“Temos hoje a segurança para dar ao mercado de que não haverá falta de recurso no Minha Casa, Minha Vida. As pessoas podem contratar, as empresas podem acreditar no programa que não terá nenhum tipo de soluço”, afirmou Jader Filho.

Recursos assegurados

O ministro apresentou um montante de R$ 144,5 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para 2026, dos quais R$ 125 bilhões serão destinados especificamente à habitação popular. Também estão previstos R$ 5,5 bilhões do Orçamento da União para cobrir subsídios da Faixa 1 urbana, ainda em análise no Congresso Nacional, além de R$ 17 bilhões de um fundo da Caixa Econômica Federal voltado ao mesmo objetivo.

Atualização de faixas de renda

Jader Filho informou que as faixas de renda do MCMV serão revistas no início de 2026. A Faixa 1, que atualmente contempla famílias com renda mensal de até R$ 2.850, passará a abranger quem recebe cerca de dois salários mínimos, acompanhando a evolução do mercado de trabalho e ampliando o alcance do programa.

Desempenho do programa

Em novembro, o Minha Casa, Minha Vida registrou 80 mil novos financiamentos, número superior à média de 60 mil verificadas até outubro. De acordo com o ministro, uma em cada três contratações se concentra na Faixa 1.

“O PIB da construção civil está puxando a economia brasileira, e quem está puxando a construção civil é o Minha Casa, Minha Vida. Em São Paulo, 67% dos lançamentos são do programa”, destacou.

A meta do governo é manter a média de 80 mil contratações mensais até dezembro de 2026, sustentando empregos e impulsionando a cadeia produtiva. Para a classe média, o objetivo é ampliar de 6 mil para 10 mil contratações no mesmo período.

Entregas e calendário eleitoral

Apesar das restrições impostas pelo calendário eleitoral, Jader Filho garantiu que o ritmo de entregas não será comprometido. A previsão é de que 60% das unidades programadas para 2026 fiquem prontas no primeiro semestre. O ano de 2025 deve ser o mais robusto da atual gestão, com cerca de 40 mil residências concluídas. Antes do fim desse período, o governo pretende entregar pelo menos 2 mil moradias em diferentes regiões do país.

O prazo médio entre contratação do financiamento e conclusão das obras permanece entre 18 e 22 meses, informou o Ministério das Cidades.

Saída do ministro

Jader Filho confirmou que deixará o comando da pasta até março de 2026 para disputar uma vaga de deputado federal pelo Pará. De acordo com ele, a equipe já está estruturada para garantir a continuidade das ações do Minha Casa, Minha Vida durante o processo eleitoral.

Com informações de Agência Brasil