Brasília – O Ministério do Planejamento e Orçamento divulgou nesta quarta-feira (10) que o salário mínimo deverá passar para R$ 1.621 em 1.º de janeiro de 2026. O montante representa acréscimo de R$ 103 em relação ao valor atual, fixado em R$ 1.518.

O reajuste anunciado seguirá a política permanente de valorização do piso nacional, que combina a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses até novembro do ano anterior com o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

Para o cálculo de 2026 entram, portanto, dois componentes. Primeiro, a inflação medida pelo INPC até novembro de 2025, estimada pelo governo em 4,4%. Segundo, o desempenho do PIB de 2024, que avançou 3,4%. Contudo, a legislação aprovada em dezembro de 2023 estabelece que o ganho real sobre o PIB não pode ultrapassar 2,5%, em linha com o limite imposto pelo novo arcabouço fiscal. Dessa forma, será somada a inflação de 4,4% mais um aumento real de 2,5%, resultando no valor final projetado de R$ 1.621.

O novo piso começará a valer no contracheque de janeiro de 2026, mas o reflexo no bolso dos trabalhadores será percebido no pagamento creditado em fevereiro daquele ano. Além dos empregados com carteira assinada, a correção influencia benefícios previdenciários, abonos do PIS/Pasep e diferentes programas assistenciais, uma vez que todos utilizam o salário mínimo como referência.

Embora o valor só seja oficializado por decreto presidencial no fim de 2025, a projeção consta no relatório de parâmetros macroeconômicos publicado pela pasta do Planejamento. O documento serve de base para a elaboração do Orçamento Geral da União e baliza as estimativas de despesas obrigatórias federais.

O salário mínimo é uma variável sensível para as contas públicas por impactar diretamente gastos com previdência, seguro-desemprego e Benefício de Prestação Continuada (BPC). A cada R$ 1 de aumento no piso, o impacto estimado no orçamento federal é de milhões de reais, segundo técnicos do governo. Por isso, o teto de 2,5% sobre o ganho real foi introduzido como forma de compatibilizar a política de valorização com a necessidade de equilíbrio fiscal.

A proposta ainda poderá sofrer ajustes até o envio da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 ao Congresso Nacional, mas, por ora, o Executivo trabalha com a previsão de R$ 1.621 como valor de referência.

Com informações de Jornaldaparaiba