João Pessoa — A Paraíba reduziu de forma significativa a participação de adolescentes entre as mães do estado nos últimos 20 anos, ao mesmo tempo em que registrou aumento expressivo de mulheres que deram à luz depois dos 30 anos. Os dados constam na Estatística do Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada para o período de 2004 a 2024.
Em 2004, mães com até 19 anos responderam por 22,8% dos nascimentos em território paraibano. Dez anos depois, o índice havia caído para 19,4%. Em 2024, essa participação chegou a 12,8%, com 6.207 registros de recém-nascidos, o que equivale a uma redução de dez pontos percentuais. O desempenho coloca o estado acima da média nacional, mas ainda atrás do resultado médio do Nordeste, segundo o IBGE.
No caminho oposto, os partos realizados por mulheres mais velhas ganharam espaço. Entre 2004 e 2024, a faixa etária de 30 a 34 anos passou de 12,9% para 20,7% do total de nascimentos. Já o grupo de 35 a 39 anos avançou de 6,3% para 13,5% no mesmo intervalo. O levantamento indica mudança gradual no perfil de maternidade da população paraibana.
Apesar das transformações no perfil das mães, o volume total de nascimentos apresentou leve retração. Foram 49.524 registros em 2023 e 48.591 em 2024, queda de 1,9% — a menor variação negativa entre todas as unidades da federação. No cenário nacional, o recuo médio ficou em 5,8%.
O balanço mostra ainda que, dos bebês registrados em 2024, 51,3% eram meninos e 48,7% meninas. As proporções permanecem praticamente as mesmas desde 2004 e seguem a tendência observada no Nordeste e no Brasil.
Óbitos crescem 6,4% em 2024
O estudo do IBGE revela, por outro lado, aumento de 6,4% no número de óbitos na Paraíba entre 2023 e 2024. No ano passado, o estado contabilizou 29.468 mortes, 1.772 a mais que no ano anterior, registrando o sexto maior avanço proporcional do país, ao lado do Tocantins. Os homens representaram 54,2% dos registros (15.957), enquanto as mulheres corresponderam a 45,8% (13.508).
A análise de duas décadas confirma o envelhecimento da população. Em 2004, pessoas com 60 anos ou mais respondiam por 64% dos óbitos (14.405 registros). A participação subiu para 67% em 2014 (16.830) e alcançou 71,3% em 2024 (21.018). Já o grupo de até 14 anos apresentou queda consecutiva: 7,2% em 2004 (1.605), 3,8% em 2014 (954) e 2,5% em 2024 (746).
As informações integram a série histórica do Registro Civil, que compila dados oficiais de nascimentos, casamentos e mortes declarados nos cartórios brasileiros.
Com informações de G1




