Presidente da Câmara dos deputados, Hugo Motta,

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta quinta-feira, 11 de dezembro, que não teve a intenção de restringir o trabalho da imprensa durante o episódio em que o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força da Mesa Diretora.

A manifestação de Motta ocorreu um dia após o incidente que provocou confusão no plenário. Na ocasião, profissionais de diversos veículos de comunicação foram orientados a deixar o espaço, houve empurra-empurra entre parlamentares e seguranças e registros de agressões. Além disso, a transmissão da TV que exibia a sessão foi interrompida no momento do tumulto.

De acordo com o presidente da Câmara, a retirada dos jornalistas ocorreu em meio ao esforço para restaurar a ordem durante a sessão. Ele argumentou que a medida não teve caráter de censura e defendeu o direito constitucional de cobertura jornalística dentro da Casa.

Motta frisou que a condução de Glauber Braga para fora da Mesa Diretora seguiu procedimentos regimentais. Segundo o relato do presidente, o deputado do PSOL ocupava um assento que não lhe correspondia e, diante do impasse, foi acionada a segurança legislativa. Foi nesse contexto que os profissionais de imprensa também foram retirados do local.

O episódio provocou críticas de parlamentares e de entidades de comunicação, que interpretaram a remoção dos repórteres e a interrupção da transmissão como tentativa de silenciamento. Em resposta, Hugo Motta reforçou que “jamais pretendeu cercear” a atividade jornalística e que a cobertura dos trabalhos legislativos permanece assegurada.

Ainda segundo o dirigente da Câmara, relatos de agressão serão objeto de apuração interna para identificar responsabilidades. Ele salientou que as normas da Casa preveem acesso dos jornalistas às galerias e a utilização de equipamentos de transmissão, ressalvadas situações excepcionais de segurança.

Até o fechamento desta reportagem, Glauber Braga não havia se pronunciado oficialmente sobre a declaração de Motta. Nos corredores do Congresso, entretanto, aliados do deputado fluminense classificaram a ação como autoritária. A expectativa é de que o tema seja retomado em futuras sessões.

Com o clima político ainda tenso, lideranças partidárias articulam reuniões para discutir protocolos de acesso à imprensa em plenário, buscando evitar novos confrontos entre parlamentares, seguranças e profissionais de comunicação.

Com informações de Paraibaonline