João Pessoa – O Tribunal do Júri do Fórum Criminal da capital paraibana condenou, nesta segunda-feira (17), Luiz Carlos Rodrigues dos Santos a 40 anos, seis meses e 19 dias de prisão em regime fechado. Ele foi considerado culpado pelo homicídio qualificado de Mayara Valéria de Barros Ramalho, gerente administrativa de um restaurante no Mangabeira Shopping, além da tentativa de homicídio contra o companheiro dela, Daniel Sales de Miranda, do cárcere privado do funcionário Vinícius Valdevino dos Santos e dos crimes de porte e uso restrito de arma de fogo.
A decisão determina que o réu cumpra a pena no Presídio Sílvio Porto, em João Pessoa. A Defensoria Pública da Paraíba, responsável pela defesa, informou que recorrerá do resultado.
Entrevista de emprego precedeu o crime
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Luiz Carlos participou de um processo seletivo dias antes do assassinato. Insatisfeito com a negativa de contratação, ele voltou ao shopping armado com duas pistolas de calibres distintos. Sob o pretexto de discutir a vaga, aproximou-se de Mayara e disparou diversas vezes contra a vítima.
Imagens do circuito interno mostram o atirador insistindo nos disparos mesmo após a gerente cair ao chão. Dois projéteis atingiram Mayara pelas costas. Em seguida, o agressor invadiu a área interna do restaurante, fez um funcionário refém e recarregou a arma. Daniel Sales de Miranda, companheiro da gerente, foi alvejado na sequência, mas sobreviveu.
Premeditação apontada pela Polícia Civil
Durante as investigações, peritos localizaram na residência de Luiz Carlos 38 munições intactas e seis deflagradas, além de inscrições nas paredes que diziam que ele “não poderia ser julgado pelo que viesse a cometer”. Para o superintendente da Polícia Civil, Cristiano Santana, o material reforça que o acusado saiu de casa com a intenção de executar um ato grave.
Em depoimento, o condenado alegou estar em “situação de necessidade” e afirmou ter ido ao shopping “cobrar uma oportunidade de emprego” da gerente. A alegação não convenceu o júri, que reconheceu todas as qualificadoras propostas pelo Ministério Público.
O tribunal fixou também a condenação pelos crimes de tentativa de homicídio, cárcere privado e posse de arma de uso restrito, somados à pena principal pelo assassinato. Não há prazo definido para o julgamento do recurso que será apresentado pela defesa.
A sentença encerra o processo iniciado em 2024, ano em que o crime ocorreu na praça de alimentação do Mangabeira Shopping, zona sul de João Pessoa, e que causou forte repercussão na cidade.
Com informações de G1



