A última semana de trabalhos antes do recesso parlamentar deverá ser marcada por um passo decisivo na relação entre América do Sul e Europa. O governo brasileiro mantém a expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assine, em Foz do Iguaçu (PR), o aguardado acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, negociação iniciada há 25 anos.

O compromisso pode ser oficializado no próximo sábado, 20 de dezembro, data em que Lula participará da 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. O encontro reunirá lideranças dos países que compõem o bloco sul-americano e deverá funcionar como palco para a conclusão do tratado, caso os trâmites europeus avancem conforme o previsto.

Para que a assinatura seja concretizada, falta um último sinal verde em Bruxelas. No início desta semana, os Estados-membros da União Europeia votam se o bloco aceita formalmente o texto negociado. A decisão determinará a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na cerimônia em solo brasileiro. Se o resultado for positivo, a dirigente desembarcará em Foz do Iguaçu para rubricar o documento juntamente com Lula e os demais chefes de Estado do Mercosul.

Dentro do governo, a conclusão do acordo é vista como um trunfo diplomático e econômico antes das festividades de fim de ano. O Planalto avalia que o tratado pode ampliar mercados, reduzir barreiras tarifárias e fortalecer a integração produtiva entre os dois blocos, embora detalhes sobre tarifas e prazos de implementação ainda precisem passar pelos respectivos parlamentos.

A proximidade do recesso legislativo confere caráter de urgência à agenda, já que a assinatura neste momento permitirá aos países iniciar o processo de ratificação interna logo no começo de 2026. Caso o cronograma seja mantido, o anúncio deverá dominar a pauta política desta reta final de dezembro.

Com a contagem regressiva acionada, diplomatas brasileiros e europeus acompanham atentamente o resultado da votação em Bruxelas. O desfecho, previsto para os próximos dias, definirá se o acordo que atravessou mais de duas décadas de discussões chegará, enfim, à sua etapa final.

Com informações de Polemicaparaiba