Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) descreveram uma nova espécie de cupim encontrada no município de Catolé do Rocha, Sertão paraibano. Batizada de Triclavitermes catoleensis, a espécie recebeu o nome em homenagem à cidade onde foi registrada e integra oficialmente a fauna da Caatinga.

De acordo com o Laboratório de Termitologia (LabTermes), responsável pelo estudo, o inseto não oferece risco como praga urbana e exerce papel fundamental na decomposição de matéria orgânica no bioma semiárido. O gênero foi denominado em referência ao formato ornamentado da “armadura” do cupim, semelhante a armas medievais.

Coleta iniciou em 2000

A primeira amostra do novo cupim foi coletada em 2000, no distrito de São José da Mata, em Campina Grande. Desde então, pesquisadores analisaram minuciosamente as características morfológicas do inseto e confirmaram que se tratava de um gênero e espécie inéditos.

Somente 25 anos depois, após expedições de campo em pontos da Paraíba e de outros estados do Nordeste, a descrição científica foi concluída com base em material coletado no Monte Tabor, área de vegetação relativamente preservada dentro de Catolé do Rocha. O local torna-se a localidade-tipo da espécie.

Importância para a biodiversidade

O coordenador do estudo, professor doutor Alexandre Vasconcellos, ressaltou que a descoberta ajuda a preencher lacunas sobre a diversidade de cupins no Brasil, especialmente no Nordeste, reconhecido como uma das regiões com maior variedade desses insetos no mundo, porém ainda pouco estudada.

“Divulgar essa nova espécie evidencia a riqueza da Caatinga e reforça a necessidade de conservar seus ecossistemas singulares”, afirmou o pesquisador.

Preservação e acervo científico

Os exemplares de T. catoleensis foram preservados em etanol a 80% e serão incorporados à Coleção de Térmitas da UFPB, que reúne registros de mais de três décadas de pesquisas sobre cupins.

Além de Vasconcellos, participaram da investigação Renan Rodrigues Ferreira, Antônio Carvalho, Emanuelly Félix de Lucena e Rozzanna Esther Cavalcanti Reis de Figueiredo. O trabalho recebeu apoio financeiro da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Com informações de G1