O Brasil deixa de aproveitar todos os dias uma quantidade de água tratada que seria suficiente para encher 6.346 piscinas olímpicas antes mesmo de chegar às torneiras dos consumidores. A conclusão faz parte do Estudo de Perdas de Água 2025, divulgado em 26 de novembro de 2025 pelo Instituto Trata Brasil (ITB) em parceria com a consultoria GO Associados.

O trabalho reúne, em um único documento, dados consolidados pelo Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SINISA). A base oficial, mantida pelas autoridades do setor, concentra indicadores fornecidos pelas companhias de abastecimento de todo o país, permitindo aos pesquisadores acompanhar o volume que se perde ao longo de cada etapa da distribuição.

Segundo o estudo, o desperdício ocorre depois que a água já passou por processos de captação, tratamento e adução, fases que tornam o recurso pronto para consumo humano. Ainda assim, uma parcela expressiva não chega aos lares brasileiros, permanecendo invisível para a maioria da população e se convertendo, diariamente, em um mar de desperdício contado em milhares de piscinas olímpicas.

A equivalência em piscinas de 50 metros de comprimento — padrão adotado em competições internacionais — foi escolhida pelos autores justamente para facilitar a visualização do volume desperdiçado. Dessa forma, ao transformar números técnicos em uma imagem conhecida, o cálculo pretende ajudar a sociedade a dimensionar o tamanho da perda verificada nas redes de abastecimento nacionais.

O Estudo de Perdas de Água 2025 destaca, ainda, que todas as informações utilizadas são públicas e podem ser consultadas no próprio SINISA. Com isso, o Instituto Trata Brasil e a GO Associados reforçam a transparência dos procedimentos que embasaram os resultados apresentados, garantindo que os dados reflitam a realidade operacional das empresas de saneamento que atuam nos municípios brasileiros.

Ao tornar pública a quantidade de água tratada que se esvai todos os dias, o levantamento se soma a uma série histórica de pesquisas periódicas realizadas pelo Instituto Trata Brasil. O objetivo é manter os holofotes sobre o tema e oferecer subsídios concretos a gestores, técnicos e cidadãos interessados em acompanhar a evolução das perdas de água tratada no país.

Com base nos números mais recentes do SINISA, o estudo reafirma que o volume desperdiçado segue elevado e reforça a necessidade de atenção contínua à eficiência dos sistemas de distribuição. Mesmo sem avançar em análises ou recomendações, o documento consolida informações cruciais para que o debate sobre perdas de água tratada permaneça no centro da agenda de saneamento nacional.

O relatório apresentado pelo ITB e pela GO Associados, portanto, traça um panorama claro: todos os dias, uma quantidade significativa de água pronta para consumo se perde antes de alcançar as conexões finais. O retrato, fundamentado em dados oficiais, oferece um ponto de partida para que órgãos públicos, empresas e sociedade acompanhem os desdobramentos do desperdício revelado.

Com informações de Paraibaonline