Os cartórios da Paraíba contabilizaram, entre 2023 e 2024, um salto de 45,9% no número de casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo. O levantamento faz parte da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em números absolutos, foram 73 uniões a mais no período, o maior patamar observado no estado desde 2013.
De acordo com o IBGE, 64,3% desses enlaces aconteceram entre mulheres e 16,4% entre homens. Mesmo com o avanço, esse tipo de união representa 1,3% dos matrimônios firmados no território paraibano; os casamentos entre pessoas de sexos diferentes seguem predominando, respondendo por 98,7% do total.
Crescimento geral de matrimônios
Considerando todos os tipos de casamento, a Paraíba registrou alta de 16% em 2024. Foram 18.472 registros nos cartórios, 2.566 a mais que os 15.906 contabilizados em 2023. O percentual coloca o estado na segunda posição entre as maiores variações positivas do país, atrás apenas do Tocantins, onde houve incremento de 17,2%.
Em âmbito nacional, a elevação média ficou em 0,9%. Todas as regiões apresentaram aumento, exceto o Nordeste, que apontou recuo de 1,4% na comparação entre os dois últimos anos analisados.
Perfil etário das uniões homoafetivas
A idade média no ato do casamento entre solteiros do mesmo sexo ficou em 34,1 anos para os homens e 33,9 anos para as mulheres na Paraíba. Os indicadores para o Brasil são de 34,7 anos para eles e 32,5 anos para elas, enquanto a média nordestina atinge 35 e 33,5 anos, respectivamente.
Divórcios em queda
O estudo revela ainda redução de 4,6% nos divórcios formalizados no estado. Entre 2023 e 2024, o total passou de 6.638 para 6.330 dissoluções, a maior retração da série histórica iniciada em 2009.
Os homens se divorciam, em média, mais velhos que as mulheres: 44,3 anos ante 41,3 anos. No Nordeste, as médias são de 45 e 41,9 anos, e, no cenário nacional, de 44,5 e 41,6 anos, respectivamente.
Tempo de duração e guarda dos filhos
Na Paraíba, os casamentos entre cônjuges de sexos opostos duraram aproximadamente 14 anos até a separação. O levantamento identificou mudança no perfil de guarda dos filhos menores: a participação dos maridos como responsáveis subiu de 5,4% em 2023 para 10,1% em 2024. Já a proporção de divórcios em que as mulheres ficavam com a guarda caiu de 86,6% em 2014 para 56,5% no ano passado.
Com informações de Jornaldaparaiba



