A Polícia Federal afirmou nesta quinta-feira (13) que o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, recebia R$ 250 mil por mês em propina. O valor, segundo relatório produzido pelos investigadores, era proveniente de um esquema de descontos não autorizados aplicados nos benefícios de aposentados e pensionistas.
O documento da PF serviu de base para a deflagração de uma nova fase da operação que apura a fraude. De acordo com o relatório, as quantias eram repassadas de forma periódica a Stefanutto, configurando recebimento sistemático de vantagens indevidas. A investigação concluiu que o ex-dirigente se beneficiava diretamente das cobranças ilegais descontadas dos segurados do INSS.
O esquema, detalhado pelos policiais federais, consistia em inserir descontos nos pagamentos mensais de aposentadorias e pensões sem conhecimento ou autorização dos beneficiários. A cada desconto realizado, parte do montante era destinada ao ex-presidente, o que totalizava os R$ 250 mil mencionados no relatório.
Com base nessas conclusões, a PF desencadeou nesta quinta-feira (13) uma nova etapa da operação, cujo objetivo principal é aprofundar as apurações sobre o fluxo de dinheiro ilícito envolvendo Stefanutto. O órgão não informou, até o momento, se foram cumpridos mandados de busca ou outras medidas judiciais durante a ação.
Segundo cálculos incluídos no relatório, a soma dos pagamentos irregulares poderia ultrapassar R$ 3 milhões em um período de 12 meses, caso o valor mensal de R$ 250 mil tenha sido mantido ao longo de todo o ano. A Polícia Federal não detalhou por quanto tempo o esquema permaneceu em funcionamento nem a quantidade de beneficiários afetados.
O INSS é a autarquia federal responsável pelo pagamento de aposentadorias, pensões e outros benefícios da Previdência Social. A instituição não se manifestou sobre o conteúdo do relatório até a publicação desta matéria.
Alessandro Stefanutto também não apresentou posicionamento público em relação às acusações apontadas pela Polícia Federal. A defesa do ex-presidente não foi localizada pela reportagem.
A investigação permanece em curso e novas informações poderão ser divulgadas pela PF conforme o avanço das diligências.
Com informações de Paraibaonline



