A Polícia Federal apreendeu, na manhã desta sexta-feira (19), aproximadamente R$ 400 mil em dinheiro vivo durante buscas realizadas em um imóvel do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), em Brasília. A ação integra a operação Galho Fraco, que investiga possíveis desvios de recursos das cotas parlamentares por meio de contratos considerados fraudulentos com uma empresa de locação de veículos.
Segundo os investigadores, o montante estava guardado dentro de um saco preto, acomodado em um armário do flat utilizado pelo parlamentar na capital federal. A apreensão ocorreu enquanto agentes cumpriam mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Alvo também atinge deputado Carlos Jordy
A mesma operação teve como alvo o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). De acordo com a PF, ambos são suspeitos de desviar verbas públicas a partir de contratos com empresas de fachada, entre elas uma locadora de veículos que, conforme consta no inquérito, manteria frota reduzida em comparação ao volume contratado pelos gabinetes.
A investigação apura se as notas fiscais emitidas por essa locadora encobriam possíveis serviços fictícios ou superfaturados, gerando prejuízo aos cofres públicos. A operação deflagrada nesta sexta é um desdobramento de diligências realizadas em dezembro do ano passado.
Posicionamento de Carlos Jordy
Após a ação, Jordy divulgou nota pública em que questiona a legalidade da nova investida policial. O parlamentar lembra que a empresa investigada presta serviços ao seu gabinete desde 2019 e afirma não ser responsabilidade do deputado fiscalizar a frota da prestadora de serviço, mas sim contratar “o serviço mais eficiente e pelo menor custo”.
No comunicado, ele critica o que chama de utilização da Polícia Federal para “intimidar parlamentares da oposição” e argumenta que buscas contra deputados exigem “indícios concretos de crimes graves e a atuação de autoridades imparciais”. Jordy também ligou a operação ao trabalho que ele e Sóstenes dizem desenvolver na CPMI do INSS, mencionando que, mesmo com a apreensão de documentos e equipamentos, seguirá atuando na comissão.
Até o momento, Sóstenes Cavalcante não se pronunciou oficialmente sobre a apreensão do dinheiro em seu imóvel. A Polícia Federal mantém o conteúdo do inquérito sob sigilo e não informou se novos mandados serão cumpridos.
As investigações prosseguem no Supremo Tribunal Federal, foro competente para processar e julgar deputados federais, enquanto a PF analisa o material recolhido para verificar a origem dos recursos encontrados e eventuais ligações com o esquema de desvio de cotas parlamentares.
Com informações de Maispb




