A proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro perdeu espaço no Congresso Nacional e, segundo parlamentares e integrantes do governo, dificilmente voltará à pauta antes da votação do Orçamento de 2026. Deputados governistas e de oposição consideram que o tema não gera dividendos políticos e pode reacender a polarização, enquanto a disputa por emendas e verbas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) domina as negociações nos bastidores.
No plenário, o assunto foi silenciado. “Ninguém quer assumir o desgaste de uma votação que não traz vantagem eleitoral”, relatou um articulador do Palácio do Planalto. A mesma fonte acrescentou que nem governo nem oposição veem benefício em antecipar a análise da LDO: para o Executivo, votá-la agora acelera o calendário das emendas; para a oposição, pode significar vitória do Planalto e reduzir o poder de pressão por recursos.
Entre os críticos da anistia, a líder do PSOL, deputada Talíria Petrone (RJ), afirmou que “não há clima para a proposta avançar” e creditou a retirada do texto à mobilização popular que, segundo ela, influenciou outras votações recentes no Congresso.
O deputado Mário Heringer (PDT-MG) também considera o debate encerrado. “O espaço para votar a anistia está cada dia mais distante. Esse impasse gerava desconforto que precisava acabar, e acabou”, disse o parlamentar, elogiando a condução do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por ter retirado o tema da agenda.
Enquanto isso, governo e Centrão concentram-se na LDO de 2026. A avaliação entre líderes aliados é que, quanto mais o tempo passa, melhores ficam as estimativas de receita, ampliando a margem para acomodar aliados com novas emendas. A oposição, por sua vez, promete levar um “último gesto” à reunião de líderes marcada para quinta-feira (24), quando será definida a pauta da próxima semana.
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No Planalto, a leitura é pragmática: a anistia está enterrada até que a disputa orçamentária e as alianças para 2026 sejam definidas.
Com informações de Polêmica Paraíba



