O deputado federal Romero Rodrigues (Podemos-PB) afirmou que o partido não aceitará ser mero instrumento de outras legendas nas articulações para as eleições de 2026. A declaração foi dada em entrevista à Rádio CBN, na qual o parlamentar reforçou publicação recente nas redes sociais e utilizou o termo “barriga de aluguel” para ilustrar sua posição.
Romero recordou o episódio de 2022, quando perdeu o comando do PSD na Paraíba. Na ocasião, a sigla foi submetida a intervenção nacional e passou a ser presidida no estado pela senadora Daniella Ribeiro. Ele relatou que, após a mudança, sentiu-se alijado das decisões internas e, por esse motivo, migrou para o PSC antes de se filiar ao Podemos.
“Não podemos permitir que o Podemos seja usado como barriga de aluguel. A Paraíba lembra que fui vítima em 2022: retiraram-me abruptamente da presidência do PSD, mesmo depois de eu ter trabalhado para fortalecer o partido no estado”, disse. Segundo o deputado, a experiência demonstrou como uma legenda pode ser ofertada a projetos alheios quando não existe resistência interna.
As falas de Romero ocorrem em meio à tentativa do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) de aproximar o Podemos da base governista estadual. Em entrevista recente, Aguinaldo declarou ter expectativa de contar “em breve” com o apoio do deputado federal Ruy Carneiro, correligionário de Romero, em seu agrupamento político.
A movimentação intensificou a disputa por partidos ainda indefinidos para 2026. Na Paraíba, as composições partidárias são consideradas decisivas para a formação de chapas proporcionais, já que as coligações para cargos legislativos permanecem proibidas. Nesse cenário, o Podemos, com dois deputados federais, tornou-se alvo de diversas correntes políticas que buscam ampliar tempo de rádio, televisão e recursos do Fundo Partidário.
Apesar da pressão externa, Romero reforçou que qualquer decisão sobre alianças só será tomada coletivamente dentro da executiva estadual do Podemos. Ele acrescentou que, por ora, o partido mantém “posição de independência” e avaliará propostas que respeitem a autonomia da sigla.
Com pouco mais de dois anos para o pleito, as tratativas entre líderes partidários devem seguir intensas. Enquanto isso, Romero Rodrigues sustenta o discurso de proteger o Podemos de interferências semelhantes às que viveu no PSD, afirmando que a legenda não servirá de plataforma temporária para projetos de terceiros.
Com informações de Jornaldaparaiba



