A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) relatou que sua escolta foi retirada por determinação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sem aviso prévio. A medida, segundo a assessoria da Presidência da Casa, foi tomada na segunda-feira, 8 de abril, com base em pareceres técnicos produzidos pelo Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara.
De acordo com o relato de Talíria, ela só soube da suspensão quando percebeu a ausência dos agentes de segurança que a acompanhavam. Ao tentar contato direto com Hugo Motta, a parlamentar não obteve retorno. Também recorreu a líderes com interlocução mais próxima da Presidência, mas continuou sem resposta. O assunto veio a público ontem, véspera de protestos contra a redução de pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando a congressista denunciou a situação à imprensa.
A deputada afirmou temer por sua integridade e pela de seus familiares, entre eles duas crianças pequenas. Ainda segundo Talíria, o histórico de ameaças motivou o pedido de escolta, que vinha sendo mantida havia anos.
Justificativa técnica
Em nota divulgada horas após a repercussão do caso, a Presidência da Câmara informou que a decisão de retirar a proteção baseou-se em consulta à Polícia Civil e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, além da Polícia Federal. Esses órgãos teriam concluído que não havia “ameaças recorrentes” nem “riscos à integridade física” da parlamentar que justificassem a manutenção da escolta.
O comunicado acrescenta que o tema “será reavaliado à luz dos precedentes da Câmara e das novas informações fornecidas pela deputada”. Até a conclusão dessa análise, Hugo Motta determinou que a proteção seja mantida de forma provisória.
Reação no Legislativo
Procurada pela reportagem no sábado, a Presidência da Câmara não detalhou quais deputados contam atualmente com segurança institucional nem a data de início de cada suporte. Talíria Petrone declarou que continua aguardando posicionamento oficial e reforçou que suas críticas recentes à condução da Casa não deveriam resultar em qualquer tipo de retaliação.
Num primeiro contato telefônico, Hugo Motta assegurou à deputada que não houve motivação política para a medida. Posteriormente, sinalizou possibilidade de rever o ato, caso novas evidências indiquem necessidade de proteção contínua.
A decisão definitiva deverá ser anunciada após a conclusão da revisão dos relatórios de segurança.
Com informações de Polemicaparaiba




