Cabedelo (PB) — Ariadna Thalia, conhecida no meio criminoso como “Arroto de Urubu”, foi presa na manhã desta sexta-feira (12) em Cabedelo, região metropolitana de João Pessoa. Segundo a Polícia Federal, a mulher é apontada como responsável pelo núcleo de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho na Paraíba.

O mandado de prisão preventiva que levou à detenção estava em aberto desde a Operação Asfixia, deflagrada no fim de setembro. Na ocasião, foram expedidos 26 mandados de prisão e 32 de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de mais de R$ 125 milhões vinculados à facção.

De acordo com a Polícia Civil, Ariadna permaneceu foragida no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, até regressar recentemente ao território paraibano. Ao retornar, dirigiu-se voluntariamente a uma unidade da Polícia Militar e se apresentou. Após a formalização da prisão, foi encaminhada à sede da Polícia Federal em João Pessoa, onde aguarda audiência de custódia.

Investigações paralelas

As apurações sobre as atividades da suspeita correm em duas frentes. Na esfera federal, ela é investigada por suposta influência do Comando Vermelho nas eleições municipais de Cabedelo. Entre os delitos atribuídos ao grupo estão constituição de organização criminosa, uso de violência para coagir eleitores, ameaça, lavagem de dinheiro e peculato.

Paralelamente, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil examina a participação de Ariadna em esquemas de lavagem de capitais e em crimes violentos. O delegado Elton Vinagre informou que, até o momento, a mulher ainda não prestou depoimento nessa investigação porque continua custodiada pela Polícia Federal.

Operação Asfixia

Lançada no fim de setembro, a Operação Asfixia teve como objetivo desestruturar o setor financeiro da facção na Paraíba. Além das prisões e buscas, a ação determinou o bloqueio de valores expressivos que, segundo a PF, eram reinvestidos em atividades ilícitas e no financiamento de atos de violência.

As autoridades não detalharam o tempo que Ariadna deverá permanecer sob custódia, mas destacaram que novos desdobramentos da investigação podem resultar em outras prisões e apreensões de bens.

A suspeita deve passar por audiência de custódia ainda nesta sexta-feira. Após essa etapa, a Justiça decidirá se ela permanece presa preventivamente ou se responderá aos processos em liberdade.

Com informações de G1