Reunidos em assembleia na noite de terça-feira, 16, os funcionários dos Correios na Paraíba aprovaram greve geral por tempo indeterminado. A paralisação foi definida no mesmo dia em que a categoria se mobilizou nacionalmente diante da crise enfrentada pela estatal.
Em comunicado divulgado após a reunião, os grevistas afirmaram que “os trabalhadores dos Correios não aceitarão ameaças, chantagens, demissões ou fechamento de unidades como saída para uma crise que não foi criada pela categoria”.
Principais reivindicações
Os empregados exigem reajuste salarial e o retorno do benefício de fim de ano, conhecido como “vale-peru”. Segundo a categoria, as negociações ocorrem há seis meses sem avanços concretos.
Outro ponto que motivou a paralisação foi a reação a declarações atribuídas ao ministro da Casa Civil, Rui Costa. Conforme nota enviada ao Jornal da Paraíba, o ministro teria dito, em discussão no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que uma eventual greve poderia levar o governo a colocar em pauta a privatização dos Correios. O sindicato considerou a fala “chantagem explícita contra o direito constitucional de greve”.
Queda de investimentos e desempenho
A greve acontece em meio a uma forte redução de investimentos nos Correios na Paraíba. Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram que, até setembro de 2025, a estatal aplicou apenas R$ 1.211.564,26 na Superintendência estadual, somando gastos com bens, obras, segurança, tecnologia e veículos.
Nenhum desses setores recebeu aumento de recursos em 2025. O montante destinado à compra de veículos, por exemplo, caiu de R$ 780.981,00 em 2024 para zero em 2025, representando retração de 100 %.
A contenção de despesas coincidiu com piora no Índice de Qualidade Operacional (IQO). O indicador, que avalia prazos de entrega, funcionamento de agências e eficiência no atendimento, recuou de 93,53 % em 2024 para 82,96 % em 2025, a maior queda dos últimos cinco anos.
O desempenho histórico do IQO na Paraíba foi o seguinte: 91,55 % em 2020; 87,78 % em 2021; 94,45 % em 2022; 89,89 % em 2023; 93,53 % em 2024; e 82,96 % em 2025.
Próximos passos
Com a greve já em vigor, os sindicatos prometem manter mobilizações até que a direção dos Correios apresente proposta capaz de atender às reivindicações. A categoria não definiu data para nova assembleia e afirma que a paralisação segue por prazo indeterminado.
Com informações de Jornaldaparaiba



