São Paulo, 2 de outubro de 2025 – Associações que representam estabelecimentos de alimentação e o setor de bebidas destiladas iniciaram treinamentos gratuitos voltados a proprietários e funcionários de bares e restaurantes com o objetivo de ensinar a reconhecer produtos falsificados ou adulterados.
A iniciativa reúne a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe). Nos cursos, os participantes aprendem a examinar tampas, garrafas, rótulos e o próprio líquido antes da venda ao consumidor.
Principais pontos de verificação
Tampa – Considerada o principal item de segurança, deve apresentar acabamento uniforme, sem amassados ou folgas. A presença de lacres plásticos colocados sobre tampas decoradas é vista como forte indício de adulteração.
Selo fiscal – Obrigatório em destilados importados, o selo produzido pela Casa da Moeda exibe holografia que mostra apenas uma letra por vez (R, F ou B). A visualização simultânea das três letras pode indicar falsificação.
Nível e aparência do líquido – Garrafas da mesma marca devem ter o mesmo volume e bebida translúcida, sem resíduos. Diferenças de cor ou impurezas sinalizam possíveis irregularidades.
Rótulo – Informações obrigatórias em português, como lista de ingredientes, origem e número de registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), precisam estar presentes e sem erros de grafia.
Riscos legais e descarte de embalagens
As entidades alertam que adquirir produtos de canais informais expõe o estabelecimento a responsabilidade criminal. O treinamento também orienta sobre o descarte adequado de garrafas vazias. Segundo as associações, todas as bebidas falsificadas apreendidas em operações policiais foram reenvasadas em recipientes originais reutilizados.
Imagem: Internet
De acordo com o presidente da ABBD, Eduardo Cidade, o mercado ilegal pratica preços em média 35% inferiores aos dos produtos legítimos, podendo chegar a 48%, diferença atribuída à alta carga tributária e à impunidade.
Dados sobre falsificação e recomendações
<p LeVantamento do Núcleo de Pesquisas e Estatísticas da Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (FHORESP), realizado em abril, aponta que 36% das bebidas comercializadas no país são falsas, adulteradas ou contrabandeadas. A federação recomenda redobrar a atenção na compra, priorizando fornecedores conhecidos, exigindo nota fiscal e conferindo sua autenticidade junto à Receita Federal, especialmente em eventos fora de ambientes fiscalizados.
Impacto no consumo
Os recentes casos de contaminação por metanol em São Paulo têm modificado a rotina de bares e consumidores. O garçom Marcílio Eduardo Ferreira da Silva Júnior cogita cancelar a festa de aniversário que faria em um bar no centro da capital por receio de bebidas adulteradas. Já um bar no bairro de Santa Cecília decidiu suspender, a partir desta quinta-feira (2), a venda de destilados como uísque, gim, vodca e caipirinhas, mesmo mantendo fornecedores considerados confiáveis, informou o funcionário Rafael Douglas Martins.
Com informações de Agência Brasil



