O vice-prefeito de Marizópolis, Jeferson Vieira (PT), afirmou nesta terça-feira (16), em entrevista ao programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, que o prefeito Lucas Gonçalves Braga, o Luquinha do Brasil (PSB), desfez deliberadamente a aliança firmada entre os dois grupos políticos logo após a vitória nas eleições municipais de 2024. Segundo Vieira, o acordo teria sido firmado em 2023 apenas para garantir o apoio dos votos de seu grupo, e o rompimento foi iniciado assim que o novo mandato começou.
Promessa de cargos não cumprida
De acordo com o vice-prefeito, a parceria previa que o bloco liderado por Luquinha disponibilizaria 40 vagas na administração municipal para indicados de sua base. Entretanto, apenas 17 funções teriam sido efetivamente preenchidas; dessas, dez foram extintas no início de 2025. A situação, relata Vieira, deixou o grupo insatisfeito e levou à decisão de não participar de eventos oficiais da Prefeitura como forma de protesto. “Nossa forma de mostrar insatisfação foi não participar dos eventos, para ver se a gente conseguiria ao menos trazer de volta essas pessoas”, declarou.
Demissões e versão contestada
O rompimento definitivo, segundo Jeferson Vieira, ocorreu em maio deste ano, quando o prefeito, em viagem a Brasília, determinou a exoneração dos sete aliados que ainda permaneciam na gestão. O chefe do Executivo municipal teria justificado a medida alegando que o grupo do vice-prefeito estava alinhado a um deputado federal não apoiado pela administração. Vieira refuta a acusação e classifica a versão como “boato espalhado por Luquinha”.
Leilão de imóvel de ex-prefeito
Outro ponto de atrito apontado pelo vice-prefeito envolve o ex-prefeito Zé Vieira, seu pai. Jeferson afirma que o gestor usou um primo que reside em São Paulo para tentar arrematar, em leilão judicial realizado em 10 de março, a residência onde vivem seus pais. O imóvel teria sido arrematado por esse parente, que, segundo ele, mantém contrato de grande valor com a Prefeitura desde 2021. Vieira sustenta que a tentativa teria sido motivada por “sede de vingança”.
“Questão de ego”
Vieira avalia que o prefeito suportou a convivência política apenas até o fim do ano eleitoral. Para o vice, Luquinha precisava dos votos do grupo adversário para garantir a vitória e, por isso, permaneceu na aliança até a confirmação do resultado das urnas. “Ele só suportou a gente até acabar o ano de eleição. Porque ele precisava dos votos do nosso grupo, que decidiram a eleição de 2024”, concluiu. O vice-prefeito resume a postura do prefeito como “questão de ego”.
Até o momento da entrevista, o prefeito Lucas Gonçalves Braga não havia se pronunciado publicamente sobre as acusações relatadas por seu vice.
Com informações de Diariodosertao



