O Parque Zoobotânico Arruda Câmara, popularmente conhecido como Bica, em João Pessoa, volta a receber o público nesta quinta-feira, 18 de dezembro, depois de permanecer fechado desde o fim de novembro. O horário de funcionamento será mantido entre 8h e 17h. O equipamento municipal estava interditado para revisão de protocolos de segurança após a morte de Gerson de Melo Machado, 19 anos, atacado por uma leoa no dia 30 de novembro, quando invadiu o recinto do animal.
Ao anunciar inicialmente a reabertura, a direção do parque chegou a cogitar limite de visitantes, mas a Prefeitura de João Pessoa confirmou, na segunda-feira (15), que não haverá restrição de público. A visitação ocorrerá nos moldes tradicionais, com bilheteria e circulação liberadas.
Medidas de segurança ampliadas
Para retomar as atividades, o município elaborou um plano que prevê reforço das barreiras físicas ao redor dos recintos, remodelação dos trajetos destinados a pedestres, intensificação da vigilância permanente e criação de protocolos específicos para recintos de animais silvestres, sobretudo felinos. O projeto também inclui ajustes nas rotinas de manejo e bem-estar animal, segundo a administração municipal.
Em 4 de dezembro, a Polícia Civil classificou o ataque como episódio isolado e informou não ter identificado falhas estruturais na jaula da leoa. A delegada Josenise Andrade declarou que o local atende às normas técnicas vigentes. Laudos periciais foram produzidos tanto no recinto quanto no corpo da vítima, e imagens de câmeras de monitoramento foram requisitadas para análise.
Investigações em curso
O Ministério Público da Paraíba conduz duas frentes de apuração envolvendo o zoológico. Uma delas verifica as providências adotadas pelo poder público municipal após a morte do jovem. A outra, sem vínculo direto com o caso, examina possíveis irregularidades ambientais apontadas pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema).
Detalhes do incidente
Imagens que circularam nas redes sociais mostram o momento em que Gerson escala uma parede superior a seis metros, transpõe as grades de segurança, utiliza uma árvore como apoio e entra no espaço da leoa. O parque estava aberto e recebia visitantes quando o ataque ocorreu. De acordo com informações repassadas à TV Cabo Branco, o rapaz tinha diagnóstico de esquizofrenia. Decisões judiciais anteriores, assinadas pelos magistrados Rodrigo Marques de Silva Lima e Conceição Marsicano, determinavam a internação dele em instituição de longa permanência para tratamento psiquiátrico.
Condição da leoa
Leona, felina de 19 anos nascida no próprio zoológico, não será sacrificada. O veterinário Thiago Nery relatou que o animal apresentou elevado nível de estresse após o incidente, mas foi contido sem uso de tranquilizantes e retornou ao recinto por meio de técnicas de adestramento. Desde então, a equipe técnica acompanha seu estado de saúde.
Com a conclusão das adequações de segurança e o aval dos órgãos responsáveis, a Bica retoma as atividades normais nesta quinta-feira, oferecendo novamente ao público a oportunidade de visitar o maior espaço de conservação de fauna silvestre da capital paraibana.
Com informações de G1




